Novo método pode facilitar tratamento do câncer de mama
Uma nova maneira de aplicar a droga trastuzumabe em pacientes com câncer de mama pode facilitar o tratamento da doença. Segundo estudo publicado no periódico The Lancet Oncology, fases finais de pesquisa apontam que uma injeção subcutânea do medicamento – e não a tradicional aplicação intravenosa – pode ser feita em apenas cinco minutos. O estudo foi realizado em uma parceria de coordenação entre pesquisadores alemães e médico brasileiro Gustavo Ismael, do Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, no interior de São Paulo.
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Resultado: A aplicação subcutânea do medicamento trastuzumabe não foi inferior à intravenosa. Como benefício, a técnica trouxe uma redução do tempo de injeção do medicamento — de 30 minutos em sessões regulares para apenas 5 minutos.
O câncer de mama caracterizado como HER2-positivo, que representa um para cada cinco casos do câncer, é tratado com o trastuzumabe juntamente com as demais drogas quimioterápicas padrões. Atualmente, essa droga é aplicada via intravenosa, exigindo que a paciente fique por 90 minutos conectada à aparelhagem durante a sua primeira dose. Caso responda bem e o medicamento seja tolerado, ela terá de voltar ao hospital para doses subsequentes de 30 minutos cada, normalmente uma vez a cada três semanas.
Pesquisa – O novo estudo tinha como objetivo descobrir maneiras alternativas de aplicar o medicamento, a fim de que ele dispendesse menos tempo da paciente no hospital. Descobriu-se, então, que as injeções subcutâneas levam menos de cinco minutos para serem aplicadas – em contraste aos 30 minutos de praxe da dose intravenosa. A via subcutânea tem ainda potencial para poder ser aplicada pela própria paciente em casa.
De acordo com os pesquisadores, a formulação subcutânea do remédio aparenta ser tão eficaz quanto à intravenosa, já que a droga é usada pelo corpo da mesma maneira em ambos os métodos. Os dois tipos de aplicação têm também o que os cientistas chamam de resposta patológica completa (RPC), definida como o desaparecimento de todas as evidências clínicas da doença.
Embora ainda seja cedo para afirmar com segurança se a formulação subcutânea resulta em uma redução de mortalidade similar ao método intravenoso, estudos prévios sugerem que os índices de RPC são similares. Segundo os autores, a formulação subcutânea da droga também tem um perfil seguro, comparado ao método já existente. Isso aumenta, portanto, a esperança de que, no futuro, o tratamento possa se tornar consideravelmente menos demorado.