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20/09/2017

 

Pesquisa indica que novas terapias genéticas para câncer podem ter efeitos colaterais graves
Pesquisa indica que novas terapias genéticas para câncer podem ter efeitos colaterais graves
O câncer é uma das doenças mais temidas atualmente, devido a sua complexidade. As novas terapias genéticos contra os tumores, mesmo sendo eficiente em grande parte das vezes, pode estar acompanhado de horríveis efeitos colaterais. Segundo uma equipe de pesquisadores do MD Anderson, da Universidade do Texas (EUA), os tratamentos que utilizam a edição genética para orientar as células de defesa a combater o tumor são uma nova conquista para o câncer, contudo eles também possuem efeitos colaterais potencialmente letais que proporcionam um novo desafio para os oncologistas. O artigo foi publicado na "Nature Reviews Clinical Oncology" nesta terça-feira (19). Para essa investigações, os especialistas analisaram estudos de vários centros de pesquisa e também apresentam interpretações com mais de 100 pacientes tratados no MD Anderson e em outras instituições em estudos experimentais. O debate sobre a regularização dessa terapia é essencial já que, em agosto, o governo norte-americano aprovou a primeira terapia genética contra células cancerígenas. Desta forma, a terapia começou a ser comercializada, abrindo portas para que o tratamento seja adotado no restante do mundo. A pesquisa abrange uma ampla análise sobre um tratamento chamado de Cart-CEll, que pode ser usado para adultos e crianças com leucemia linfoide aguda (LLA). Durante a terapia, os médicos editam o DNA do linfócito T na superfície com um antígeno que o habilita a reconhecer o tumor. De acordo com estudos clínicos apresentados para a aprovação da terapia, 83% não apresentaram sinais da doença após o tratamento. Contudo, o artigo indica que, embora a CAR T apresente um nível totalmente novo de resposta de melhora no câncer, elas também são mais tóxicas e apresentam um quadro de efeitos colaterais não visto nos tratamentos oncológicos convencionais. "Isso representa uma mudança radical na forma como tratamos esses pacientes. Não houveram novos tratamentos aprovados para pacientes com linfomas agressivos de células B recidivantes após terapia de primeira linha em 30 anos, e apenas cerca de 10% sobreviveram a longo prazo", comentou o autor principal. Sattva Neelapu. Para os pesquisadores, dois efeitos colaterais surgiram durante os ensaios clínicos que anteriormente não eram comuns aos tratamentos contra o câncer: A síndrome de liberação de citoquinas (SIR), também conhecida como tempestade de citoquinas, uma resposta imune progressiva que causa sintomas semelhantes à gripe, mas com potencial fatal nesses pacientes. Pacientes também podem apresentar toxicidade neurológica que os pesquisadores chamaram de síndrome de encefalopatia relacionada a células CAR-T (CRES), que, às vezes, pode levar ao inchaço letal no cérebro. Os especialistas ressaltam que ambos os sintomas são passíveis de tratamento, com identificação precoce importante para a melhoria rápida. Além disso, fornecem recomendações específicas para a preparação do pré-tratamento. No estudo, os pesquisadores também detalham possíveis diretrizes para ambas os efeitos e um teste simples para avaliar a toxicidade do cérebro após a terapia. O teste de 10 pontos pede para que o paciente realize tarefas simples para avaliar sua cognição. Inicialmente, os pacientes são requisitados a dizer ano, mês, cidade, hospital e presidente do seu país de origem (5 pontos). Em seguida, deveriam nomear três objetos próximos (3 pontos). Por último, eram solicitados a escrever uma sentença padrão e contar de 100 para trás em dezenas. Uma pontuação perfeita define a função cognitiva normal. O paciente teria comprometimento leve a grave dependendo do número de perguntas ou atividades perdidas. No artigo, pesquisadores comentaram o caso de paciente que teve toxicidade tratada precocemente após a terapia porque foram identificados problemas em sua caligrafia.

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