Alimentação intuitiva: como comer bem e com prazer
Muitas das dietas que surgem todos os dias acabam criando uma verdadeira ditadura alimentar, levando terrorismo para as nossas refeições. Nesse contexto, o equilíbrio passa longe e as dúvidas sobre o que "pode" ou "não pode" comer cercam a mesa dos brasileiros. Pensando nisso, a nutricionista Fernanda Pisciolaro, coordenadora da equipe de Nutrição do Grupo de Estudo, Assistência e Pesquisa em Comer Compulsivo e Obesidade, propôs um debate durante o 4º Fórum Nacional de Nutrição, que aconteceu em São Paulo nesta terça-feira (26)
"Hoje em dia é obsoleto falar em plano alimentar (o tradicional cardápio que era proposto por nutricionistas). Então, fizemos a substituição dessa palavra por ′comer saudável′, porém, o que é comer saudável? É só comer salada, frutas e legumes?", diz ela. A problemática é que muitas vezes esse conceito acaba ignorando todos os outros âmbitos da vida da pessoa.
"Se eu estiver comendo salada, mas a minha refeição durar cinco minutos em frente ao computador trabalhando está tudo bem, só porque é algo saudável? Não é bem assim, essa ideia ignora todos outros aspectos da vida que também devem ser saudáveis", conta a especialista. "Muitas pessoas me perguntam se podem ′comer normal′, ou seja, ter o arroz, o feijão, o macarrão no prato. Por isso, gosto de propor esse ′comer normal′", explica Fernanda.
Com isso, ela traz em pauta o conceito de "Comer Intuitivo", que também é título do livro de Evelyn Tribole e Elyse Resch, duas americanas especialistas em nutrição, que deram início à teoria em 1995. "É o ato de comer de forma atenta à alimentação, sem estar preocupado. A dieta limita ao que pode ou não, esse é o problema. Precisamos aprender a comer normal e encontrar prazer nas boas escolhas, buscar prazer no que precisamos comer e não sentir culpa nas nossas escolhas. Não é culpa, é responsabilidade", diz.[
Dentro da alimentação intuitiva não cabem os conceitos usados na dieta. Para trazer isso para a sua vida, é preciso deixar para trás a restrição, a culpa, o cardápio e a dieta da moda, por exemplo.
2. Respeite sua fome
Não ignore os sinais do seu corpo de que precisa de energia. Não tenha medo de sentir fome. Depois de muito tempo sem comer, não há como manter a moderação na hora de se alimentar. Por isso, é preciso encontrar o controle e a consciência corporal para manter esse modo de alimentação.
3. Faça as pazes com a comida
Pensar no que você não pode comer gera uma ansiedade e um sofrimento maior na hora de fazer suas escolhas alimentares, o que, por sua vez, pode desencadear até compulsões alimentares. Pense conscientemente em como está nutrindo seu corpo e entenda de verdade a importância disso.
4. Desafie a "polícia alimentar"
Sabe quando você come um chocolate e logo vem em mente aquele pensamento depreciativo? Ou quando você come uma salada e se autoaprova mentalmente? Esse comportamento não pode continuar. Você não é melhor ou pior pelas suas escolhas alimentares.
5. Entenda sua saciedade
Quando precisa de energia, o corpo demonstra essa necessidade pela fome. Da mesma forma, quando o organismo está satisfeito também é possível notar, porém, com o tempo acabamos ignorando esse sinal e o ultrapassando. Tente fazer uma pausa na metade da refeição e observe o quanto está satisfeito e o quanto ainda precisa comer ou não.