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10/11/2017

 

O que não falar para quem tem depressão
O que não falar para quem tem depressão
Como trato pessoas portadoras de depressão há vários anos, entendo um pouco a dificuldade e principalmente a confusão sobre o que dizer a quem está deprimido. As neurociências entendem a depressão como uma desordem do funcionamento cerebral, que afeta e compromete o funcionamento normal do organismo, com reflexos ou consequências na vida pessoal em seus aspectos emocionais ou psicológicos, familiares e sociais. Entenda a depressão A doença depressiva deve, portanto, ser examinada sob o ponto de vista biológico, genético, cognitivo, social, considerando ainda a história pessoal, econômica e espiritual. A depressão pode ser entendida enquanto sintoma, manifestando-se nos mais diversos quadros clínicos, como: estresse pós-traumático, crises existenciais, conflitos, demência, esquizofrenia, alcoolismo e doenças clínicas. Pode ainda ser compreendida enquanto síndrome, incluindo as alterações de humor (tristeza, irritabilidade, falta de capacidade em sentir prazer, apatia) e alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas, como as alterações de sono e apetite. Por fim, compreendida enquanto doença, a depressão é devida a múltiplos fatores. As depressões são doenças multicausais, portanto com a interferência de diversos fatores etiológicos. Nas depressões, ocorre um comprometimento multigênico, sendo até três vezes mais frequente em pessoas com antecedentes hereditários positivos. As depressões podem ser afetadas pelas estações climáticas do ano, sendo mais frequentes no inverno e em países de clima frio. Podem ainda ser influenciadas por: privação de sono, intensidade de luz e luminosidade, traumas precoces de vida (orgânicos ou psíquicos), lesões estruturais do cérebro, infecções e viroses, situações de estresse e estilos de vida, condições profissionais específicas, agentes químicos e físicos, outras doenças clínicas e psíquicas (depressões secundárias) e uso de medicamentos. Fatores psicossociais, como desemprego, aposentadoria, casamentos e separações conjugais, estão correlacionados com aumento nos índices de depressão. Sabe-se por dados de pesquisa que duas a três pessoas entre dez indivíduos têm, tiveram ou terão ao menos um episódio depressivo na vida! O que não falar para quem tem depressão Parte da confusão no público leigo decorre dos vários significados da própria palavra depressão, em que um deles implica que ele é apenas uma emoção passageira. É um grande desafio, portanto, compreender que não se pode atribuir à depressão apenas o resultado de falta de força ou de vontade, igualmente a uma falha moral ou espiritual, ou ainda a uma forma de chamar atenção. Para tornar este texto mais útil e prático, colocaremos o que não se deve falar a quem está deprimido: "Por que você não apenas faz algo para superar isso?" As pessoas que não estão deprimidas não apresentam energia física ou psíquica, que é exatamente o que significa depressão: diminuição de energia. Com o intuito de ajudar pode-se dizer ao deprimido para levantar-se e fazer algo para melhorar, como sair, viajar, tentar divertir-se. Este impulso é compreensível, mas uma pessoa deprimida pode sentir ainda mais desespero quando ouve isso. O deprimido, mais do que qualquer coisa, quer "acabar com este estado", mas ele não consegue. Seu nível de energia e consequentemente autoconfiança estão inoperantes, não é raro que nem tenham energia para sair do quarto ou tomar banho. Seu estado de humor, pensamentos e comportamentos estão além de seu controle se eles têm depressão grave. "Por que você não pode simplesmente ser feliz?" A depressão faz com que a mente distorça a visão de mundo, enxergando-o sempre pelas lentes da negatividade e tristeza. Falar a essas pessoas sobre felicidade pode ser mais desanimador e desesperador para alguém que não é capaz de vê-la no momento. Não há nenhuma solução rápida, e insistir ou esperar uma "mudança" poderá reforçar sentimentos de desesperança e inclusive de autoataque. Fique longe de terapia e medicamentos" As pessoas estão sempre com medo de pedir ajuda por causa do estigma que a doença mental traz. Eles podem ter medo ou vergonha de expor como estão, e estamos numa cultura onde somente quem produz e produz muito é valorizado. Medicamentos também são particularmente assustadores, devido novamente à preconceitos e à histórias de dependência, efeitos secundários, e o medo geral de alterar a psique ou "perder" a si mesmo. A grande maioria dos estudos científicos e pesquisas, no entanto, mostra benefícios com o uso criterioso e adequado das medicações antidepressivas. Sabe-se por dados de pesquisas científicas que até 80% das pessoas tratadas para a depressão mostram melhora significativa com o uso de medicamentos combinados com psicoterapia. Além disto, exercício, estilo de vida saudável e dieta equilibrada também podem ajudar na recuperação da depressão, mas, às vezes, isso não é suficiente. É melhor que as pessoas ao redor de quem está com depressão tenham uma mente aberta e incentivem uma decisão informada sobre as suas escolhas para o tratamento e recuperação. "Você não está tão ruim assim, veja outras pessoas ...." Claro que ninguém quer se comparar a crianças famintas tentando imigração em zonas de conflito, nem a um portador de doença terminal, mas este não é o ponto. A depressão, em casos graves, pode ser acompanhada de pensamentos que podem se tornar psicóticos ou delirantes. Todos já presenciamos celebridades ricas e amadas, que pareciam ter tudo, cometerem suicídio. Não podemos achar que o ciclo de autopunição em uma mente deprimida seja facilmente amenizada, e isto não deverá indicar que essas pessoas sejam ingratas ou egoístas. "Você deveria parar de ser tão negativo"

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