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04/01/2018

 

Vício em videogame será considerado distúrbio mental pela OMS
Vício em videogame será considerado distúrbio mental pela OMS
Todo mundo conhece alguém que é viciado em videogames, aquela pessoa que passa o dia inteiro trancado no quarto jogando, que fica mal humorado quando não pode jogar e que prefere ficar em casa jogando do que curtir um momento com os amigos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que deverá reconhecer o vício em jogos videogame como transtorno mental a partir deste ano, quando será publicada a atualização da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), a última versão da CID foi finalizada em 1992. Além disso, essa será a primeira vez que uma dependência tecnológica entrará no registro. Há mais de uma década o tema vem sendo discutido por especialistas de que os videogames possam causar transtornos patológicos e/ou vício. Portanto, com essa iniciativa, a OMS tem como objetivo trazer visibilidade para o assunto, facilitar o diagnóstico e o tratamento do problema, além de incentivar pesquisas sobre ele. De acordo com a OMS, o transtorno se caracteriza por um padrão de comportamento frequente ou persistente de vício em games, tão grave que leva "a preferir os jogos a qualquer outro interesse na vida". Em relatório que deverá ser publicado no próximo semestre, a organização indica que comportamentos típicos dos viciados em games devem ser observados por um período de mais de 12 meses para que um diagnóstico seja feito, porém o tempo poderá ser alterado de acordo com os sintomas. Alguns países já haviam identificado essa condição como um problema importante para a saúde pública. Muitos, incluindo o Reino Unido, têm clínicas autorizadas a tratar o distúrbio. Ele traz códigos para as doenças, sinais ou sintomas e é usada por médicos e pesquisadores para rastrear e diagnosticar uma doença. Apesar de ainda não ter sido concluída a definição para a inclusão no CID, a OMS revelou três sintomas que podem indicar o distúrbio: não controlar a conduta de jogo quanto ao início, frequência, intensidade, duração, finalização e contexto em que se joga; priorizar os jogos em vez de atividades do cotidiano; ficar jogando mais e mais apesar de consequências negativas que o excesso causa. Contudo, o tema ainda gera controvérsia na área científica. Segundo Richard Graham, especialista em vícios em tecnologia no Hospital Nightingale em Londres a decisão possui seus benefícios. "É muito significativo, porque cria a oportunidade de termos serviços mais especializados. Ele coloca (esse distúrbio) no mapa como algo a ser levado a sério", disse em entrevista à BBC. No entanto, ele também acredita que é preciso tomar cuidado para não se cair na ideia de que todo mundo precisa ser tratado e medicado. "Pode levar pais confusos a pensarem que seus filhos têm problemas, quando eles são apenas ′empolgados′ jogadores de videogame", afirmou. O especialista indicou que vê cerca de 50 casos de vício em videogame surgindo por ano e seu critério é: o jogo está afetando atividades básicas, como comer, dormir, socializar ou ir à escola? Se a resposta for sim, então, pode ser um problema. Já existem países que consideram essa condição como um problema importante para a saúde pública e adotam medidas para combater o problema. Na Coreia do Sul, o governo criou uma lei para proibir o uso de games por pessoas menores de 18 anos entre meia-noite e seis da manhã. No Japão, os jogadores são advertidos caso passem mais do que uma certa quantidade de horas por mês jogando videogame e, na China, a gigante de tecnologia Tencent determina um limite de quantidade de horas que uma criança pode jogar.

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