Dieta cetogênica cíclica: entenda como ela funciona e se emagrece
Todos conhecem a dieta cetogênica, dieta em que você consome uma quantidade pequena de carboidratos, levando o corpo a um processo chamado cetose. Um fato interessante nessa modalidade de dieta é que ela gera na paciente uma diminuição da fome. Isso ocorre devido ao alto consumo de proteínas (nutrientes esses que acabam liberando mais hormônios da saciedade). Mas isso não quer dizer que a fome não existirá.
No entanto, existe uma modalidade chamada "dieta cetogênica cíclica", em que as pessoas intervalem períodos de cetose com momentos de consumo de carboidratos, que podem ocorrer em um ou dois dias.
A dieta cetogênica cíclica emagrece?
Claro que essa dieta faz com que o paciente perca peso. porém a perda de peso esta atribuída à restrição calórica total e não na restrição de carboidrato. Porém como esse tipo de dieta gera uma redução da fome, isso ajuda o paciente a segui-la por uns dois a três meses.
Obvio que o consumo de carboidratos simples deve ser sempre reduzido para quem necessita emagrecer, mas um plano alimentar deve conter todos os nutrientes e os alimentos que o paciente já tinha como habito, não adianta seguir um plano alimentar que não seja suficiente para as recomendações orgânicas e que não gerem felicidade plena no ato de comer. Mesmo que o paciente fique feliz por ter obtido um bom resultado na perda de peso ele não esta se sentindo completo e com isso ele certamente deixará de seguir esse plano alimentar restrito e provavelmente o peso ira retornar.
É importante ressaltar que só deve tentar emagrecer pessoas que realmente necessitem emagrecer - não podemos apenas ignorar que o que estamos presenciando nas mídias é o culto a magreza, isso acontece diariamente e por traz disso há muitos riscos à saúde. Estar muito magro não é sinônimo de saúde, pelo contrário. Então se você foi orientado a emagrecer por um profissional de saúde, procure um nutricionista e um endocrinologista e apenas siga esse tipo de modalidade para perda de peso se for indicado por um profissional devidamente regulamentado no seu órgão competente.
Também não podemos esquecer que a perda de 10-15% do peso em indivíduos com obesidade grau 1 ou sobrepeso já é suficiente para melhorar muito sua saúde, principalmente os pacientes que além do excesso de peso já apresentam alguma comorbidade.
Existem riscos na dieta cetogênica cíclica?
O problema é que a na fisiologia corporal não devemos nos privar nunca de carboidratos. Em indivíduos normais (sem presencia de alguma doença) o ideal é que o consumo de 50 até 60% da ingestão calórica total seja atribuído aos carboidratos. Esse nutriente contribui para a função energética e sem ele o corpo inicia um processo catabólico em busca de energia, favorecendo assim a diminuição de massa magra e formação de corpos cetônicos, podendo causar convulsões, cansaço extremo, fadiga generalizada e confusão mental.
Para praticantes de atividade física (que compreende a maioria das pessoas que seguem as dietas da moda), o estoque de glicogênio dura em média um dia após o treino, após esse período há uma degradação acentuada da quantidade muscular. Já em indivíduos não ativos os estoques podem durar até dois a três dias. Porém quando se restringe esse nutriente da dieta em poucas horas já se inicia o processo de degradação muscular em ambos os casos e isso favorece demais o risco de lesão mesmo em pacientes não ativos.
Ao meu ver, pessoas sadias não deveriam seguir esse tipo de plano dietético, ele está associado a uma ingestão grande de gorduras saturadas, que aumentam o risco de aparecimento de doenças cardíacas, esteatose hepática, alguns tipos de câncer entre outras tantas doenças). Essa modalidade dietética apenas deve ser usada por portadores de doenças neurológicas como no caso da epilepsia, mas mesmo nesses casos há um supervisionamento medico/ nutricional para evitar que níveis de colesterol suba demais.
Esse padrão dietético (restrição de carboidratos) já é utilizado em dietas para perda de peso há anos (iniciou-se com a dieta Atkins nos anos 60 e ficou bem conhecida nos anos 70). Em análises retrospectivas a população, iniciou-se essa busca pela perda de peso na mesma época onde observamos um grande aumento no consumo de alimentos industrializados, que por sua vez contribuiu para o aumento da ingestão calórica com alimentos ricos em carboidratos simples e gordura saturada, por essa razão há essa tal lipofobia e carbofobia.