Balão Intragástrico: tudo que você precisa saber sobre o tratamento
O balão intragástrico é uma bola de silicone, extremamente resistente ao ponto de suportar o hostil ambiente estomacal por mais de 6 meses, maleável, preenchido por um conteúdo liquido (soro fisiológico e um corante chamado azul de metileno, o que confere sua cor azul), projetado para ser inflado dentro da câmara gástrica, através de uma simples endoscopia, em questão de minutos, portanto, não é uma cirurgia.
É perfeitamente praticado em caráter ambulatorial, ou seja, sem necessidade de internação hospitalar, tanto sua colocação como sua retirada, a critério médico.
O principal efeito do balão vem da alteração da saciedade sentido pelo seu portador durante sua estadia, e pelas alterações hormonais e neurais provocadas pela sua presença, especialmente nos três primeiros meses, onde mais de 70 % do seu efeito ocorre. A partir daí o efeito mecânico, ou seja, a obstrução espacial começa a ser mais importante do que os outros efeitos.
Tipos de balão intragástrico
Existem vários balões diferentes. No entanto, são comercializados no Brasil apenas alguns. Já existe um balão que é duplo balão, outro que se engole como se fosse um comprimido. Existem balões que tem o conteúdo de liquido e também que são preenchidos com ar, esse quase não usado no Brasil.
Dentre os de líquido, temos um balão regular que permanece por 6 meses no estômago, e temos um balão ajustável que pode permanecer por 1 ano e ser ajustado conforme a necessidade. Há também um balão que chegará no Brasil em breve, que pode ficar 1 ano mas não é ajustável. Então, de acordo com o caso ou perfil do paciente se escolhe o melhor balão para o tratamento.
Vantagens do balão intragástrico
Por ser uma técnica endoscópica as principais vantagens são:
Feito em caráter ambulatorial, sem necessidade de internação hospitalar
Não é cirúrgico, portanto uma técnica conservadora, sem mutilação de órgãos para que tenha o seu efeito
É transitório e completamente reversível. O tratamento pode ser interrompido a qualquer momento se for desejo do paciente ou se o caso assim pedir
É repetível. Diferentemente da cirurgia, esse tratamento pode ser realizado mais de uma vez, quantas vezes for necessário
Tem uma perda média no Brasil em torno de 20% do peso total da pessoa
É considerado um tratamento de baixíssimo risco de complicações e morte, ou seja, bem seguro se respeitado as condições clinicas do paciente
Quem está indicado a fazer o balão intragástrico?
Qualquer pessoa que não possua contraindicações formais para o tratamento. Não existe ainda uma idade mínima ou máxima estabelecida que impeça o procedimento de balão. Sabemos que o público adolescente tem maior taxa de insucesso por características comportamentais peculiares dessa faixa etária.
Além disso, abaixo de 16 anos a indicação deve ser feita por um pediatra e por um endocrinologista. O psicólogo é obrigatório. Na faixa mais senil, os pacientes tendem a se comportar muito melhor e são mais engajados no tratamento, no entanto, devido a características metabólicas peculiares dessa faixa etária o tratamento fica mais difícil, por um metabolismo muito lento, baixo índice de massa magra, entre outros fatores. Nem um nem outro paciente significa que não podem funcionar. Ambos podem, mas há que se considerar esses fatores. Existe um público especial que se beneficia muito com o tratamento do balão. São aqueles que precisam perder uma quantidade substancial de quilos, mas que apenas dieta e exercícios não resolveriam ou uma cirurgia bariátrica já seria demais. Essa faixa de pacientes entre o tratamento conservador (medicamentos, dieta e exercícios) e a tratamento cirúrgico (cirurgia bariátrica) se configura o melhor público para o balão. Obviamente qualquer pessoa com IMC maior ou igual a 27 pode optar pelo balão, mas isso deve ser levado dentro do contexto de cada paciente.
Contraindicações
As contraindicações podem então estar relacionadas a presença de doenças prévias dos pacientes que não permitiriam o uso do balão, e por isso uma avaliação minuciosa pelo médico é essencial antes de se indicar o balão como tratamento. Mas também podem estar relacionadas às próprias condições do estômago que o impediria de ser implantado. Existem quatro principais: