Casos de malária podem crescer 50% no Brasil em 2018
A malária ainda é motivo de preocupação para autoridades da saúde. De acordo com uma projeção feita pelo pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz Cláudio Maierovitch o Brasil poderá ter um aumento de 50% nos casos de malária em 2018.
Para chegar a essa conclusão, o investigador fez alguns cálculos, com base no número de casos de malária entre janeiro e fevereiro, identificando que até dezembro os registros poderão chegar a 293 mil.
Após seis anos de queda, a malária voltou a crescer no país no ano passado. Em 2017, foram notificados no País 193 mil casos, 50% a mais do que o registrado no ano anterior.
"Estávamos em ritmo de declínio muito significativo. Mas a doença perdeu prestígio político, as ações de prevenção foram deixadas de lado e os casos voltaram a aumentar", disse o professor da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Tauil ao jornal O Estado de S.Paulo.
Devido ao aumento de casos, um comitê assessor decidiu na semana passada preparar uma carta de alerta para o governo brasileiro.
"O programa perdeu prioridade para outras doenças que atingem grupos com maior poder de reivindicação, como a população urbana. Os recursos foram transferidos para dengue, zika e chikungunya. A malária perdeu recursos financeiros e recursos humanos", revela.
Para que a doença continue a crescer no país, uma das providências a serem tomaram é fazer o uso de mosquiteiros impregnado com inseticidas. Essa medida já havia sido realizada em 2011, durante um projeto piloto, em que 1,1 milhão de peças foram distribuídas em municípios prioritários. No entanto, nenhuma outra compra foi realizada após o término do estoque.
Além disso, é essencial que aos primeiros sinais do sintomas, o paciente procure ajuda médica para que o diagnóstico e o tratamento seja precoce, evitando assim o ciclo de transmissão do mosquito.
Como ocorre a transmissão da malária?
A transmissão ocorre após picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por protozoários do gênero Plasmodium. No Brasil, três espécies estão associadas à malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae.
O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra sadia, como o compartilhamento de seringas (consumidores de drogas), transfusão de sangue ou até mesmo de mãe para feto, na gravidez.