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30/08/2019

 

A perigosa associação do diabetes com o câncer
A perigosa associação do diabetes com o câncer
Níveis anormais de açúcar no sangue estão associados a danos ao DNA, diz pesquisador A ligação entre diabetes e câncer vem sendo investigada há anos: afinal, por que pacientes diabéticos têm o risco aumentado para desenvolver alguns tipos de câncer? Há fatores compartilhados pelas duas enfermidades, como envelhecimento, obesidade e sedentarismo, mas pessoas com diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença, têm 2.5 chances a mais de desenvolver câncer de pâncreas e fígado. O perigo também é maior para câncer de ovário, bexiga e rim, entre outros. Agora, um importante passo foi dado na solução dessa questão. De acordo com John Termini, Ph.D e professor do Departamento de Medicina Molecular do centro City of Hope, níveis anormais de açúcar no sangue estão associados a danos ao DNA, o que explicaria uma maior ocorrência de câncer em pessoas diabéticas. O City of Hope é uma instituição considerada referência mundial tanto no estudo e tratamento do diabetes quanto do câncer. “Conforme a incidência de diabetes continuar a crescer, o mesmo ocorrerá com os casos de câncer. A ironia do destino é que alguns tratamentos contra o câncer aumentam o risco de diabetes, que, por sua vez, aumentam o risco de câncer”, lamentou Termini. Até a imunoterapia, um dos campos mais promissores da área oncológica, pode acarretar o surgimento de diabetes do tipo 1. O professor e seus colegas utilizaram camundongos para mostrar que taxas elevadas de glicose provocavam danos ao DNA das células, além de interferir em seu reparo. Eles buscaram um tipo específico de dano, conhecido como aduto – a palavra vem do latim, adductus, que significa atraído – que produz uma modificação química na base do DNA, capaz de levar a mutações. Encontraram o CEdG. “A exposição a altos níveis de glicose não só gerava adutos no DNA como impedia que o organismo conseguisse fazer sua reparação, uma combinação que pode causar instabilidade genômica e câncer”, afirmou o doutor Termini. Os pesquisadores completaram um estudo clínico que mediu os níveis de CEdG em indivíduos com diabetes tipo 2, e estes tinham taxas bem superiores às das pessoas sem a doença. O mapeamento para determinar os motivos pelos quais não se dá o reparo do DNA alterado pelos adutos apontou para duas proteínas cuja atividade é comprometida pelo diabetes: HIF1a e mTORC1. A boa notícia é que já há drogas que estimulam essas proteínas e logo começarão os testes em animais. O trabalho foi apresentado no encontro anual da American Chemical Society, realizado durante esta semana em San Diego (EUA).

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