Remédios para doença pulmonar crônica farão parte do SUS
De acordo com decisão, publicada nesta terça-feira, medicamentos estarão disponíveis dentro de 180 dias.
Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), um problema causado por enfisema ou bronquite, passarão a receber medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Os remédios — budesonida, beclometasona, fenoterol, sabutamol, formoterol e salmeterol — estarão disponíveis dentro de 180 dias. Também serão ofertados exames diagnósticos, oxigenoterapia domiciliar e vacina contra influenza. A decisão foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União.
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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Ocorre quando há uma obstrução permanente das vias respiratórias, provocando a diminuição da velocidade dos fluxos de ar pelos pulmões na expiração. É decorrente de uma enfisema ou bronquite crônica. O tabagismo é a principal causa da doença, mas também há uma tendência hereditária do problema.
Atualmente, não há remédios para pacientes com DPOC na rede pública de saúde, com exceção de alguns estados que oferecem medicamentos por conta própria. Segundo o ministro da saúde, Alexandre Padilha, além das drogas, o ministério está preparando um protocolo clínico para a doença. A equipe responsável pelo documento analisa a possibilidade da incorporação de mais uma droga ao tratamento, o tiotrópio.
Para Paulo Teixeira, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde, trata-se de uma boa notícia, mas a lista deixa a desejar. "É fundamental a oferta também do tiotrópio"?, disse. O remédio, de longa duração, seria indicado para um grupo específico de pacientes. "?Autoridades muitas vezes temem que a incorporação de uma nova droga provoque aumentos elevados nos custos. Mas se ela for prescrita da forma correta, o efeito é justamente o oposto: a redução do número de internações"?.
"?Como não há nada, é um avanço. Mas não são remédios que eu indicaria para meus pacientes"?, afirmou o coordenador da Comissão de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Fernando Lundgren.
O número de mortes causadas pela doença aumentou 12% em cinco anos. Em 2005, foram registradas 33.616 e, em 2010, 37.592. Ano passado, foram 116.707 internações. De acordo com Padilha, estima-se que 5 milhões de pessoas tenham DPOC. Segundo o ministro, as próximas doenças que deverão ter novas drogas incorporadas ao tratamento são esclerose sistêmica e síndrome nefrótica pulmonar.