Com avanços do Brasil e China, tuberculose cai no mundo inteiro, diz OMS
A incidência de tuberculose e as mortes causadas pela doença caíram de forma significativa no mundo no ano passado, em parte por causa de avanços em países como Brasil e China, informou nesta terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No entanto, a OMS ressalta que é necessário mais US$ 1 bilhão para enfrentar a doença, além de esforços para financiar o combate a variações resistentes a medicamentos.Em seu 16º relatório sobre o tema, a organização contabilizou 8,8 milhões de pessoas que adoeceram de tuberculose no ano passado – contra 9,4 milhões de novos casos registrados em 2009.
O número de mortes caiu para o nível mais baixo da década: 1,4 milhão em 2010. Para efeito comparativo, o ano com o maior número de mortes da década foi 2003, com 1,8 milhão.
O relatório cita avanços em países como Brasil, China, Quênia e Tanzânia.
No caso brasileiro, diz o relatório, "o declínio (da tuberculose) tem sido significativo e sustentado" nos últimos 20 anos. Em 1990, o país registrava mais de 80 casos a cada 100 mil habitantes, mas esse número caiu para cerca de 40 em 2010.
Na China, o número de mortes por tuberculose no ano passado foi reduzido para cerca de 25% do que era em 1990.
No mundo inteiro, as taxas de mortalidade (excluindo-se as mortes em portadores do vírus HIV) caíram para cerca de um terço dos níveis de 20 anos atrás, e "as previsões atuais sugerem que a meta de 50% de redução (da incidência da doença) até 2050 será cumprida" nos países que concentram o maior número de casos, diz a OMS.
′Prevenção e cuidados′
"Menos pessoas estão morrendo de tuberculose, e menos estão adoecendo. É um grande progresso. Mas não é motivo para complacência", disse em comunicado o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
"Muitos milhões ainda desenvolvem tuberculose anualmente, e muitos morrem. Peço apoio sério e constante para prevenção e cuidados, especialmente para os mais pobres e vulneráveis", afirmou.
A doença é causada por uma bactéria que danifica o tecido do pulmão do paciente. Por meio da tosse, a doença pode ser facilmente transmitida para outros.
"Menos pessoas estão morrendo de tuberculose, e menos estão adoecendo. É um grande progresso. Mas não é motivo para complacência"
Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU
Ainda que um pequeno número de infectados com a bactéria desenvolva a doença, ela tem altas taxas de mortalidade caso o paciente não receba o tratamento adequado.
O problema é especialmente grave entre portadores do vírus HIV, mais suscetíveis a desenvolver a doença – que é a maior causadora de mortes nesse grupo. Além disso, muitas pessoas HIV positivas se deparam com variações de tuberculose cada vez mais resistente a medicamentos.
Os maiores desafios agora são o diagnóstico e o tratamento adequado a essa tuberculose resistente.
"A maior parte do financiamento para aumentar o tratamento da tuberculose resistente é necessária nos Brics (Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul) e em países de renda média", diz o relatório da OMS.
Outro alerta da organização é que, "apesar da disponibilidade de tratamentos altamente eficazes há décadas, a tuberculose segue sendo um grande problema global".