Estimulação cerebral trata depressão sem causar efeitos colaterais
Estimulação cerebral magnética alivia sintomas da depressão sem causar efeitos colaterais como sono ou excitação comumente vistos com medicamentos antidepressivos. É o que revela estudo de pesquisadores da Georgia Health Sciences University, nos EUA.
A pesquisa revela que o sono dos pacientes fica melhor conforme a depressão melhora, mas o tratamento com estimulação em si não aumenta a sonolência ou causa insônia.
Problemas do sono são efeitos colaterais comuns de antidepressivos. Alguns medicamentos sedam os pacientes, enquanto outros estimulam e aumentam a insônia. A falta de sono ocorre em 50 a 90% dos pacientes com transtorno depressivo. Outros pacientes deprimidos queixam-se de excesso de sono.
Segundo os pesquisadores, a boa notícia é que a estimulação cerebral não contribui para a insônia ou sono excessivo.
A equipe avaliou o efeito antidepressivo da estimulação cerebral magnética em 301 pacientes resistentes a medicamentos antidepressivos. Os pacientes passaram por sessões de 40 minutos, cinco dias por semana, durante seis semanas.
A estimulação transcraniana tem como alvo o córtex pré-frontal do cérebro, envolvido na regulação do humor, bem como outras funções de ordem superior, como planejamento, avaliação e tomada de decisão.
Neste procedimento, o paciente senta-se em uma cadeira e recebe pulsos breves de uma força magnética na parte frontal da cabeça. A energia magnética faz com que as células do cérebro se aproximem da superfície do cérebro para aumentar sua atividade, que por sua vez influencia a atividade do cérebro como um todo.
Os resultados comprovaram a eficácia da estimulação sobre a depressão. "É importante para nós compreender toda a gama de efeitos de qualquer tratamento que oferecemos. Uma das coisas ruins sobre a depressão é que muitas vezes os pacientes não conseguem dormir. Este é um sintoma significativo. Se os pacientes não podem dormir, realmente isso contribui para sua aflição, e até aumenta a probabilidade de suicídio. Precisamos de tratamentos antidepressivos que os pacientes possam tolerar de modo que persistam no tratamento. Nosso estudo adiciona à evidência de que a estimulação cerebral tem poucos efeitos colaterais", afirma o autor da pesquisa Peter B. Rosenquist.
O transtorno depressivo afeta aproximadamente 14,8 milhões, ou cerca de 6,7% dos adultos norte-americanos de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental. É a principal causa de incapacidade entre os 15 e 44 anos. Apesar dos números, Rosenquist admite que não está claro o que causa depressão ou exatamente como antidepressivos e outras terapias, tais como a estimulação, trabalham.