Adesivo com microagulhas pode substituir vacinas convencionais contra sarampo
Cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, descobriram que a vacina contra sarampo dada por meio de adesivos de microagulhas indolores e de fácil administração oferece imunidade tão eficaz quanto a fornecida por via subcutânea.
O estudo, que utilizou uma técnica para estabilizar a vacina do sarampo, mostrou que a imunização permaneceu eficaz durante pelo menos 30 dias após ter sido dada por meio das microagulhas.
Os resultados mostraram que a vacina foi rapidamente liberada na pele e capaz de induzir uma resposta imune potente em um modelo animal.
A equipe acredita que a técnica de microagulhas pode fornecer uma nova ferramenta para programas internacionais de imunização contra o sarampo, que matou cerca de 140 mil crianças em 2010.
"Mostramos neste estudo que vacina contra o sarampo entregue usando as microagulhas produziu uma resposta imune muito semelhante com a resposta produzida quando a vacina é fornecida por via subcutânea", afirma o autor Chris Edens.
Programas atuais de vacinação contra o sarampo usam agulhas hipodérmicas convencionais para entregar o vírus inativado. Grandes programas de imunização globais, no entanto, necessitam de apoio logístico significativo, pois a vacina tem de ser mantida refrigerada.
Como exige uma injeção de agulha hipodérmica, programas de imunização devem ser realizados por pessoal médico qualificado. Finalmente, agulhas e seringas usadas devem ser descartadas adequadamente para evitar a transmissão da doença ou a reutilização.
O uso de microagulhas adesivas poderia eliminar a necessidade de transporte de agulhas, seringas e água estéril, reduzindo as exigências logísticas.
A vacinação pode ser feita por pessoal com menos formação médica, que vão simplesmente aplicar os adesivos na pele e removê-los depois de alguns minutos.
A equipe agora está trabalhando para melhorar a estabilidade da vacina com o objetivo de eliminar a necessidade de refrigeração. Eles também estão estudando o uso de microagulhas a base de polímero que seriam totalmente dissolúveis na pele, eliminando a necessidade de descarte em lixos.
A vacina ainda precisa ser avaliada quanto à segurança e eficácia em um modelo de primata não humano e em vários ensaios clínicos antes de poder ser utilizada na prática clínica em humanos