Pacientes que usam pílulas para dormir são mais propensos a contrair pneumonia
Cientistas da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, descobriram que pacientes que fazem uso da pílula para dormir benzodiazepina têm maior risco de contrair e morrer de pneumonia.
Benzodiazepínicos são uma classe de pílulas para dormir comumente usadas como sedativos para a ansiedade, epilepsia, espasmo muscular, abstinência alcoólica, cuidados paliativos, insônia e para fornecer sedação. Seu uso é prevalente em pacientes idosos. No entanto, os fármacos têm sido associados a uma maior incidência de infecções e morte por sepses em doentes críticos.
"Essas drogas comumente têm efeitos imunes significativos. O sono profundo induzido por essas drogas pode levar secreções a se acumularem nos pulmões. Nossos resultados sugerem que eles podem aumentar o risco de e a mortalidade por pneumonia", afirma o pesquisador Richard Hubbard.
A equipe avaliou cerca de 5 mil pacientes de todas as idades que tinham sido diagnosticados com pneumonia. Eles compararam cada um deles com seis pessoas semelhantes, pareadas por idade e sexo que não tinham a doença.
O estudo descobriu que o uso de benzodiazepina foi associado com um risco 54% maior de pneumonia e aqueles que o fizeram tiveram cinco vezes mais risco de morrer dentro de um mês e três vezes mais risco de morrer dentro de três anos.
Pessoas que usavam o medicamento durante o estudo eram 90% mais propensas a contrair pneumonia que os que tinham usado o remédio no passado, 40% mais propensos a desenvolver a doença pulmonar.
"Nossos resultados são consistentes com os dados de testes clínicos anteriores que suscitaram preocupações sobre os efeitos desses medicamentos em pacientes graves internados em unidades de terapia intensiva. Estas preocupações conduziram a um movimento de afastamento do uso de benzodiazepinas. A pesquisa indica um risco significativo entre a exposição à benzodiazepina e o risco de doenças pulmonares infecciosas. Dada a utilização generalizada de fármacos benzodiazepínicos, são necessários mais estudos para avaliar sua segurança no contexto da infecção", conclui a pesquisadora Puja Myles.