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A automedicação é responsável por cerca de 20 mil mortes anualmente no país. Os dados são da Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). " O consumo indiscriminado de medicamentos traz graves consequências à saúde da população. A pessoa que utiliza um remédio sem prescrição médica desconhece os riscos farmacológicos especiais e as possíveis interações com outras substâncias" , afirma a clinica geral Ligia Raquel Malheiro de Brito. Segundo ela, a automedicação dificulta o diagnóstico médico, o que pode levar a um agravamento do quadro e induzir escolhas inadequadas de tratamento. A ingestão errada de medicamentos pode causar reações adversas graves, além de ser a principal causa de intoxicações no país, à frente de produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos estragados. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 18% das mortes por envenenamento se deve à automedicação e 23% dos casos de intoxicação infantil estão ligados à ingestão acidental de remédios armazenados de forma incorreta. A especialista destaca que mesmo os medicamentos mais simples e comuns podem causar reações adversas severas. " Analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios são medicamentos popularmente usados sem indicação médica e são também os principais responsáveis por quadros de intoxicação" , alerta. Os analgésicos são ainda culpados por um alto índice de mortes por overdose acidental. Além disso, o uso abusivo destes remédios inibe o processo de analgesia natural, diminuindo a capacidade do organismo de aplacar a dor sozinho. " Isso faz com que a pessoa tenha que ingerir uma quantidade cada vez maior de analgésicos para conseguir o mesmo efeito" , completa.