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20/03/2013

 

Nova tecnologia melhora qualidade do som de implantes cocleares
Nova tecnologia melhora qualidade do som de implantes cocleares
Equipe de pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, desenvolveu um novo tipo de interface entre o implante coclear e o cérebro que pode melhorar drasticamente a qualidade do som da nova geração de implantes. O implante, que ajuda pessoas surdas a perceberem o som, traduz as informações sonoras em sinais elétricos que vão diretamente para o cérebro, ignorando as células que não servem esta função como deveriam, porque estão danificados. O processo de audição normal funciona por meio de uma reação em cadeia perfeitamente cronometrada envolvendo um número de partes e peças. Primeiro, o som viaja pelo canal do ouvido externo, atingindo o tímpano e fazendo-o vibrar. A ativação do tímpano provoca vibração nos pequenos ossos do ouvido médio, o que, por sua vez, cria o movimento do fluido do ouvido interno, ou cóclea. Isso provoca movimentos em estruturas minúsculas chamadas células ciliadas, que traduzem o movimento em sinais elétricos que viajam para o cérebro através do nervo auditivo. Células ciliadas disfuncionais são as culpadas mais comuns em um tipo de perda auditiva chamada surdez neurossensorial, que causa quebra na comunicação entre o ouvido e o cérebro. Às vezes, as células ciliadas não funcionam corretamente desde o nascimento, mas trauma grave ou uma infecção mal curada pode causar danos irreparáveis a estas estruturas delicadas também. Implantes cocleares Aparelhos auditivos tradicionais, que trabalham por meio da amplificação do som, contam com a presença de algumas células ciliadas funcionais. Um implante coclear, por outro lado, evita as células ciliadas completamente. Em vez de restaurar a função, ele funciona por traduzir vibrações sonoras captadas por um microfone fora da orelha em sinais elétricos. Estes sinais são transmitidos para o cérebro através do nervo auditivo, o qual interpreta como som. Os implantes cocleares são recomendados apenas para indivíduos com perda auditiva neurossensorial grave e profunda, ou seja, aqueles que não são capazes de ouvir sons abaixo de 70 decibéis. O dispositivo consiste de um componente externo que se liga através de um disco magnético a um componente interno, implantado sob a pele atrás da orelha. O componente externo detecta sons e seletivamente amplifica a fala. O componente interno converte esta informação em impulsos elétricos, que são enviados por um feixe de eletrodos colocados através da cóclea. Nova interface Segundo a líder do projeto, Pamela Bhatti, a configuração da corrente de eletrodo é uma barreira significativa para limpar a transmissão do som no dispositivo atual. "Em um ouvido intacto, as células ciliadas são abundantes, e estão em contato com os nervos que transmitem a informação sonora para o cérebro. O desafio com o implante é conseguir um acoplamento eficiente entre os eletrodos e os nervos", explica. Implantes contemporâneos contêm entre 12 e 22 eletrodos, cada um dos quais transmite um sinal para um tom diferente. A ideia é que quanto mais eletrodos, a mais clara a mensagem. Baseados nessa ideia, Bhatti e sua equipe desenvolveram uma nova matriz de eletrodo fina que é até três vezes mais sensível do que os eletrodos tradicionais, sem aumentar o tamanho. Ao contrário dos eletrodos de fio, a nova matriz também é flexível, o que significa que pode ficar mais perto da parede interior da cóclea. Os investigadores acreditam que isto irá criar uma melhor ligação entre a matriz e o sistema nervoso, o que conduz a um sinal mais nítido. De acordo com Bhatti, um dos maiores desafios é, na verdade, a implantação do dispositivo dentro da cóclea em forma de espiral. "Nós poderíamos ter criado a melhor matriz no mundo, mas isso não teria importância se o cirurgião não pudesse coloca-la no lugar certo", afirma a pesquisadora. Para combater esse problema, a equipe inventou um método de inserção que protege a matriz e serve como um guia para os cirurgiões para assegurar a colocação adequada. Antes de ser aprovado para uso em seres humanos, ele terá de passar por testes rigorosos para garantir que é seguro e eficaz.

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