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03/06/2013

 

Cigarro vicia tanto quanto heroína e crack, diz psiquiatra
Cigarro vicia tanto quanto heroína e crack, diz psiquiatra
Em todo o mundo, seis milhões de pessoas morrem por ano vítimas do cigarro. Só no Brasil 130 mil morrem em decorrência de doenças relacionadas ao tabagismo, ou seja, 13% das mortes no País. Nesta sexta-feira (31), em que se comemora o Dia Mundial sem Tabaco, o psiquiatra Thiago Fidalgo, coordenador do setor de adultos e adolescentes do Proad (Programa de Orientação a Atendimento a Dependentes) da Unifesp afirma que, ao lado da heroína e do crack, o tabaco é uma das drogas com maior potencial de causar dependência. Além disso, o médico afirma que o tratamento é um dos mais difíceis. A duração média é de três a quatro meses, mas a vigilância deve ser mantida a vida toda. — O índice de recaídas é altíssimo. As taxas de sucesso, usando medicação, terapia e grupo de apoio, são de 50%. Nosso objetivo é ajudar a pessoa em seu esforço para abandonar o vício. Doenças De acordo com pneumologista e professor da Unifesp, José Jardim, existem mais de 50 doenças relacionadas ao cigarro. — Sabemos que o tabagismo é a principal causa dos problemas respiratórios, chegando a causar danos irreversíveis no tecido pulmonar em 45% dos casos. O cigarro é sempre o vilão, seja causando doenças pelas suas próprias substâncias, como a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) ou baixando a imunidade do fumante, permitindo, assim, que a pessoa contraia tuberculose, infecções pulmonares, fibrose pulmonar, entre outras. A DPOC é uma doença de evolução progressiva e que engloba a bronquite e o enfisema pulmonar. Ela se desenvolve a partir da exposição prolongada dos brônquios (estrutura que leva o ar para dentro dos pulmões) às substâncias tóxicas contidas em fumaças. Em 80% dos casos, a fumaça do cigarro é a principal causa. No Brasil, cerca de cinco milhões de sofrem de DPOC no Brasil, sendo a 5ª causa de morte no País, com 35 mil por ano. — Atualmente, sabemos que existem 4.720 substâncias no cigarro, das quais cerca de 60 são cancerígenas. Inalar essa fumaça não causa somente problemas respiratórios, mas aumenta o desenvolvimento de vários tipos de câncer como o de mama.Ainda de acordo com o especialista, o cigarro também influencia a vida social e até profissional dos fumantes, já que são proibidos de fumar em locais fechados, precisam interromper seu trabalho para procurar um espaço aberto, diminuindo sua produtividade e concentração. Nas horas de lazer, a pessoa precisa se afastar e procurar os “fumódromos”, ou, muitas vezes, ir até a rua, atrapalhando o convívio com aqueles que não fumam.Fumante passivo pode ter câncer Os fumantes passivos também sofrem as consequências do tabagismo, de acordo com Fidalgo. Elas podem desenvolver câncer ou ter infarto. — Embora todos saibam que a nicotina deve ser evitada durante a gravidez, os maiores riscos para o bebê em desenvolvimento continuam sendo os associados ao tabagismo. Existem diversas pesquisas que comprovam, por exemplo, a associação do fumo e do fumo passivo durante a gestação com o desenvolvimento de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) na criança que ainda vai nascer. Pesquisas de consumo revelam que as variações na forma de embalagem, tamanho e método de abertura do maço do cigarro influenciam o aumento das vendas. Para o médico, a indústria deveria expor os danos causados pelo tabaco com mais eficácia. Segundo o psiquiatra, a estratégia gradual (reduzir o número de cigarros consumidos por dia) não deve durar mais de duas semanas. — O mais importante é marcar uma data para que seja seu primeiro dia de ex-fumante. Existem outros métodos que podem ser tomados. O ideal é sempre procurar ajuda de um especialista.

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