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08/06/2013

 

Vasos sanguíneos localizados nos olhos refletem saúde do cérebro
Vasos sanguíneos localizados nos olhos refletem saúde do cérebro
A largura dos vasos sanguíneos da retina, localizada na parte de trás do olho, pode indicar a saúde do cérebro anos antes do início da demência e outras deficiências, de acordo com pesquisadores da Duke University, nos EUA. A pesquisa mostra que os jovens que pontuam pouco em testes de inteligência, como o quociente de inteligência (QI), tendem a ter maior risco de piores condições de saúde e vida útil mais curta, mas fatores como status socioeconômico e comportamentos de saúde não são plenamente responsáveis por essa relação. Os resultados foram publicados no Psychological Science. O cientista Idan Shalev e seus colegas decidiram verificar se a inteligência pode servir como um marcador que indica a saúde do cérebro, e especificamente a saúde do sistema de vasos sanguíneos que fornece oxigênio e nutrientes para o cérebro. Para investigar a possível ligação entre a inteligência e a saúde do cérebro, os pesquisadores pegaram emprestada a tecnologia a partir de um domínio um pouco inesperado: a oftalmologia. Shalev e colegas utilizaram imagens digitais da retina para obter uma janela para as condições vasculares no cérebro, olhando para os pequenos vasos sanguíneos da retina, localizados na parte de trás do olho. Vasos sanguíneos da retina compartilham tamanho, estrutura e função semelhante a vasos sanguíneos no cérebro e podem fornecer uma maneira de examinar a saúde do cérebro em seres humanos vivos. Os pesquisadores examinaram dados de mais de 1 mil pessoas nascidas entre abril de 1972 e março 1973, em Dunedin, Nova Zelândia. Os resultados mostraram que a presença de vênulas retinianas maiores foi ligada a menores pontuações de QI aos 38 anos, mesmo depois que os pesquisadores avaliaram vários fatores de risco de saúde, estilo de vida e ambientais que podem ter desempenhado um papel. Indivíduos que tiveram vênulas retinianas maiores mostraram evidências de déficits cognitivos em geral, com menor pontuação em numerosas medidas de funcionamento neuropsicológico, incluindo compreensão verbal, raciocínio perceptual, memória de trabalho e função executiva. Surpreendentemente, os dados revelaram que as pessoas que tinham vênulas maiores aos 38 anos também apresentaram menor QI na infância, um total de 25 anos antes. É "notável que esse calibre venular no olho esteja relacionado, ainda que modestamente, com resultados dos testes mentais dos indivíduos na faixa dos 30 anos, e até mesmo com pontuações de QI na infância", observam os pesquisadores. Os resultados sugerem que os processos que relacionam a saúde vascular e funcionamento cognitivo começam muito mais cedo do que inicialmente se supunha, anos antes do início da demência e outros declínios no funcionamento do cérebro relacionados à idade. "A imagem digital da retina é uma ferramenta que está sendo utilizada hoje principalmente por oftalmologistas para estudar doenças do olho. Mas nossos resultados iniciais indicam que ela pode ser um instrumento de investigação útil para os cientistas psicológicos que querem estudar a relação entre inteligência e saúde ao longo da vida", afirma Shalev. A equipe acredita que aumentar o conhecimento sobre os vasos da retina pode permitir desenvolver melhor diagnóstico e tratamentos para aumentar os níveis de oxigênio no cérebro e assim, evitar o agravamento de habilidades cognitivas relacionadas com a idade.

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