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20/09/2013

 

Como evitar que um mini-derrame vire um AVC?
Como evitar que um mini-derrame vire um AVC?
Primeiramente, vamos definir para você, leitor, o que significam as siglas AIT e AVC. Começarei pela sigla mais comum, ou seja, AVC, que significa Acidente Vascular Cerebral. Do ponto de vista prático, isso quer dizer que um indivíduo com AVC teve um déficit neurológico (motor, sensitivo, cerebelar, visual, linguagem, etc.) decorrente de uma isquemia ("entupimento" de uma artéria cerebral) ou hemorragia ("rompimento" de uma artéria cerebral) e este déficit durou, obrigatoriamente, mais de um dia (normalmente, semanas ou meses), podendo ocorrer recuperação parcial, total e, em alguns casos, sem qualquer recuperação. Basicamente, o principal segredo estaria em evitar ambos, ou seja, controlar os principais fatores de risco O AIT, por outro lado, significa Ataque Isquêmico Transitório, ou seja, uma determinada artéria cerebral sofre um "entupimento" e ocorre um déficit neurológico. Mas a grande diferença entre o AIT e o AVC é que o déficit neurológico no AIT, necessariamente, será reversível em até 24 horas - normalmente, é estabilizado em um tempo bem mais curto. A grande questão sobre o AIT é que, embora estes indivíduos não fiquem com sequelas, existe um risco enorme para que ocorra um AVC propriamente dito. Assim, o AIT é um dos principais fatores de risco para o AVC. E como impedir que um AIT vire um AVC? Basicamente, o principal segredo estaria em evitar ambos, ou seja, controlar os principais fatores de risco modificáveis, como hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, dislipidemia e arritmias cardíacas. Isto é o que chamamos de prevenção primária, e quer dizer que o indivíduo com esses fatores está em risco tanto para o AIT quanto para o AVC, embora ainda não tenha apresentado nenhum dos dois. A outra questão diz respeito aos indivíduos que já tiveram um AIT no passado. Estes precisam de uma investigação detalhada para verificar qual ou quais fatores de risco modificáveis estão presentes e tratá-los, incluindo uma pesquisa das artérias cerebrais e extracerebrais, além do coração, que poderão apresentar problemas passíveis de correção. Por exemplo, pacientes que tiveram um AIT no território da artéria carótida interna esquerda terão um stent (tubo de metal que evita que haja obstrução do fluxo sanguíneo) inserido naquela artéria. Em resumo, AIT é a ponta do iceberg para um AVC. Logo, qualquer déficit neurológico transitório, especialmente em indivíduos com fatores de risco cerebrovasculares, deverá ser investigado cuidadosamente, não se subestimando suas possíveis consequências.

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