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28/09/2013

 

Educação sexual deve começar aos 10 anos de idade, defende especialista
Educação sexual deve começar aos 10 anos de idade, defende especialista
A educação sexual para crianças e adolescentes é um dos temas do 21º Congresso da Associação Mundial de Saúde Sexual, que começou nesta segunda-feira (23) e vai até nesta terça-feira (24) em Porto Alegre. Um estudo apresentado no evento mostra que a educação sexual nas escolas brasileiras começa com alunos por volta dos 13 anos. Para a coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo, Carmita Abdo, o ideal seria começar a falar sobre o assunto antes, com crianças entre nove e 10 anos. — Muitos brasileirinhos e brasileirinhas com menos de 13 anos começam a ter relações sexuais sem saber o que é sexo protegido. De acordo com a especialista, os pais devem tirar as dúvidas dos filhos assim que forem surgindo e de forma direta e objetiva, e não tentar ir além da pergunta feita. Carmita ressalta que é importante estar atento às necessidades dos adolescentes, pois não existe uma fórmula padrão. — É preciso olhar o que o adolescente está falando, e não tentar usar o que já está escrito, como se valesse para todo mundo. É preciso trabalhar em cima das necessidades de cada um. O estudo foi feito pela fabricante de preservativos Durex em 37 países, incluindo o Brasil, e ouviu 30 mil pessoas entre 18 e 64 anos com o intuito de entender o comportamento sexual e a importância da orientação e educação sobre o tema na infância e adolescência. Conforme a pesquisa, pessoas sem educação sexual têm duas vezes mais chances de não usar preservativos. — Não é verdade que a educação sexual estimula a criança a fazer sexo. Pesquisa da Unesco mostra que em grupos de crianças que tiveram educação sexual mais cedo e outro de crianças que não tiveram não houve diferença na idade da iniciação sexual. Carmita acrescenta que as crianças captam mais do que os pais podem imaginar e que elas sabem quando um tema não é bem-vindo em casa. Com a dificuldade dos pais em abordar o tema em casa, debater o assunto na escola torna-se fundamental, porém a psiquiatra destaca que a melhor educação sexual é na família. Caso os pais não se sintam confortáveis, ela recomenda buscarem informação ou pedir a alguém próximo à criança que faça esse papel. Carmita Abdo alerta que, se a criança ou adolescente não encontra a informação em casa, vai buscar em sites, livros e revistas, que muitas vezes tratam da iniciação sexual de forma inadequada.

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