Apesar de queda nas mortes, infectologista alerta para atenção global com a Aids
Apesar da queda generalizada nas taxas de mortalidade da Aids, a doença está presente em todo o mundo e nenhum país está isento de dar continuidade às medidas de prevenção e combate, disse o infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor de medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu.
Entre 2006 e 2010, as mortes em decorrência da Aids aumentaram em 98 países, como mostra o estudo O Peso do HIV: Percepções a partir do Estudo Global sobre o Peso de Doenças 2010, do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde, da Universidade de Washington.
— As barreiras econômicas, culturais e geográficas estão cada vez mais tênues hoje em dia. Portanto, não há lugar para estigmatizar países de maior risco, todos os locais sofrem com a epidemia e devem somar esforços para uma luta diária contra o HIV.Dados divulgados pelo Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) indicam que a epidemia foi globalmente interrompida e revertida. No entanto, no Brasil, segundo o estudo, a Aids é apontada como a 11ª causa de doenças incapacitantes ou de redução de vida. Dos 17 países da América Latina, Colômbia, Honduras, Panamá e Venezuela têm a Aids como uma das 10 principais causas de doenças incapacitantes.
— A mortalidade por Aids no Brasil tem caído muito nos últimos anos, graças ao sucesso do programa que garante acesso aos medicamentos anti-HIV. Porém, esse dado positivo não pode ser traduzido em uma sensação de falsa segurança. Esse tipo perigoso de banalização não leva em conta os múltiplos efeitos adversos a curto, médio e longo prazo, bem como o estigma e o preconceito que ainda sofrem as pessoas vivendo com HIV/Aids.
O médico é enfático ao defender a prevenção da doença.
— O recado é bem simples e conhecido, porém atual e necessário: use o preservativo em todas as relações sexuai.