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13/10/2013

 

Fique de olho para ver se há algo de errado com a visão de seu filho
Fique de olho para ver se há algo de errado com a visão de seu filho
O cuidado com a visão deve começar imediatamente após o nascimento e se estender por toda a vida. Ainda na maternidade, é necessário investigar se aconteceram alterações genéticas durante a gestação e se a visão do bebê é saudável. Logo após o nascimento, é a hora do teste do olhinho, como é conhecido popularmente o exame do reflexo vermelho. A oftalmologista Márcia Beatriz Tartarella, diretora da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica ressalta a importância desse exame. “Ele é feito ainda na maternidade e consegue detectar várias doenças que podem causar cegueira, como catarata, glaucoma e até mesmo tumor”, explica. Fábio Pimenta, oftalmologista do hospital H. Olhos Paulista, explica que o teste do olhinho virou lei e é feito pelo próprio pediatra. “Quando jogamos um foco de luz dentro do olho de uma criança saudável, a luz vai refletir no fundo do olho – que tem uma cor laranja avermelhada. Se ela não refletir e o olho ficar esbranquiçado, alguma coisa está errada. Esse exame é muito importante para a detecção precoce de alterações visuais”, detalha o oftalmologista. Leia também: Cuide da saúde dos olhos no inverno Márcia Beatriz também aconselha que os pais tirem ao menos uma foto com flash do filho durante o mês. “Se a criança não sair com os olhos vermelhos na foto, é um alerta para levar o filho para uma consulta com o oftalmologista”, diz. Do nascimento até os dois anos de idade, os pais devem também prestar atenção se a criança tem algum desalinhamento ocular – o tão conhecido estrabismo. “Quanto mais cedo o problema for detectado, melhor é o tratamento”, explica Márcia. Fábio conta que o estrabismo pode ser corrigido em qualquer idade, mas que o problema maior se concentra no desenvolvimento da visão, que pode ser mais fraca por conta do problema. “Depois dos sete ou oito anos é possível corrigir o alinhamento e a estética, mas se a criança tem uma deficiência visual por conta do estrabismo, já não existe tratamento a partir dessa idade. Por esse motivo, a detecção e tratamento precoce são tão importantes”, alerta. Para aqueles bebês que visualmente parecem ter um desalinhamento ocular, o problema pode não ter nenhuma relação com estrabismo. “Em muitos bebês, principalmente nos asiáticos e nos mais gordinhos, a pálpebra cai um pouco sobre os olhos, não sendo motivo de preocupação. Se os pais tiverem dúvida, é melhor levar a criança ao oftalmologista”, explica Fábio. O tratamento para o estrabismo, segundo Márcia, pode ser feito com óculos, tampão de olhos ou até mesmo cirurgia. “A hipermetropia gera o desvio ocular, se não for tratada. A criança vai usar mais o olho em que enxerga melhor, deixando o outro sem ser estimulado. Tampamos o olho ‘bom’ para que a criança force a visão com o ruim e ele se alinhe”, diz, explicando uma opção de correção. Leia também: Sete alimentos que ajudam a proteger a saúde dos olhos Aos dois anos de idade, é ideal que a criança passe por um exame oftalmológico com dilatação da pupila. A oftalmologista Liana Toffano, da Clínica de Olhos São Francisco de Assis no Rio de Janeiro, explica que as crianças que têm hipermetropia muitas vezes não manifestam o problema espontaneamente. “Não podemos confiar na resposta de uma criança, acreditar se ela está enxergando bem ou não. Quando a vista é dilatada, temos uma refração mais precisa e conseguimos ver o grau real, independente da resposta dela”. A idade pré-escolar convida para mais uma visita ao oftalmologista. “O exame de dilatação é feito novamente, para ver se não houve nenhuma alteração. Se os pais usam óculos, é importante avaliar a criança com frequência, pois o grau pode ser uma tendência genética”, diz Márcia. Proteja a criança do sol Fábio alerta para o problema que o sol pode causar aos pequenos. “O perigo está na radiação UVA e UVB, por esse motivo recomendamos se proteger logo cedo. Os raios envelhecem as estruturas dos olhos, ou seja, antecipa instalação da catarata, doenças da retina e até pode causar mutações”, explica. O oftalmologista recomenda para as crianças que passam muito tempo ao sol, em parques ou praias, que usem óculos de sol com proteção solar e, se isso não for possível, que usem uma viseira. Olhos escuros têm mais proteção do que os claros, embora a proteção deva valer para todos. “Olhos mais claros são mais sensíveis ao sol e tem ainda mais chances de desenvolver doenças por causa dos raios UVA e UVB”, conta. Fique alerta O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier elenca os principais sintomas de que algo está errado com a visão da criança, para que os pais ou responsáveis fiquem atentos. Nos dois primeiros anos de vida: - Lacrimejamento - Desinteresse pelo ambiente - Olhos desviados para o nariz ou para fora - “Menina dos olhos” muito grande, com reflexo luminoso, acinzentada ou opaca - Olhos constantemente vermelhos e com secreção - Tremor constante dos olhos - Esbarra com freqüência nos objetos e móveis Dos três aos seis anos de vida: - Desvio nos olhos - Cai com freqüência - Assiste à televisão de uma distância muito pequena (miopia) - Inclina a cabeça para um dos lados (ambliopia) - Vira um dos olhos para fora quando está distraída (estrabismo) - Fecha um dos olhos (ambliopia) - Faz “careta” ou franze a testa para enxergar - Queixa-se de dor nos olhos ou dor de cabeça - Coça muito os olhos - Queixa-se de visão dupla ou embaralhada - Olhos vermelhos quando esforça a visão Dos seis aos sete anos (início da fase escolar): - Faz “careta” ou franze a testa para enxergar - Queixa-se de dor ou cansaço nos olhos e dor de cabeça - Coça muito os olhos - Olhos vermelhos após esforço - Dificuldade em ver o que está escrito na lousa (miopia) - Chega o rosto muito próximo ao caderno ou livro (hipermetropia) - Apresenta baixo rendimento escolar - Desinteresse na sala de aula - É excessivamente tímida - Recusa-se em participar de atividades esportivas (miopia) - Tem dificuldade em distinguir ou combinar cores (daltonismo)

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