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02/01/2014

 

Estudo afirma que cirurgia comum no joelho pode ser desnecessária em muitos casos
Estudo afirma que cirurgia comum no joelho pode ser desnecessária em muitos casos
Operações verdadeira e de mentira para reparar lesão no menisco tiveram o mesmo efeito contra a dor Cirurgias verdadeiras e de mentira tiveram efeitos semelhantes no tratamento de pacientes com um problema comum no joelho, a lesão de menisco, sugerindo que a operação pode ser desnecessária em muitos casos. A revelação foi feita em uma pesquisa finlandesa publicada na última quinta-feira no periódico The New England Journal of Medicine. O menisco é uma cartilagem responsável pelo amortecimento do impacto no joelho. Lesões na região são reparadas por meio de artroscopia, um procedimento minimamente invasivo que realiza dois cortes de 0,5 centímetro cada um. Essa é a operação ortopédica mais comum nos Estados Unidos, responsável por 700 000 intervenções anuais, segundo o estudo. Há um consenso de que a operação deve ser realizada em jovens ou naqueles em que a lesão foi causada por um trauma esportivo. Mas em cerca de 80% dos pacientes o problema é decorrente de desgaste ou excesso de uso associado à idade. Nesses casos, alguns médicos acreditam que um tratamento com fisioterapia e medicamentos seria mais adequado. Leia também: Médicos descobrem novo ligamento do joelho Pesquisadores brasileiros desenvolvem tratamento pioneiro com células-tronco para artrose no joelho "De fato, muitas cirurgias no menisco poderiam ser evitadas", afirma o ortopedista Arnaldo Hernandez, especialista em cirurgia de joelho, professor da USP e médico do Hospital Sírio-Libanês. "Para pessoas que começaram a perder os movimentos, não tiveram trauma e não têm limitações mecânicas, a primeira indicação é a fisioterapia. De 80 a 90% dos pacientes vão melhorar com esse tratamento, sem necessidade de passar por uma operação." Uma cirurgia desnecessária é ruim não apenas para o sistema de saúde – público ou privado –, mas para o paciente. "Parte da cartilagem é removida. Ao longo de dois ou três anos, essa perda pode aumentar o desgaste da cartilagem e precipitar um processo de artrose", diz Hernandez. Pesquisa – No estudo finlandês, cientistas recrutaram 146 pacientes entre 35 e 65 anos. Todos receberam anestesia e incisões, mas apenas 70 foram operados de verdade. Um ano depois, os dois grupos relataram melhora na dor e nos movimentos de maneira quase idêntica. Segundo o estudo, 77% dos voluntários operados se disseram satisfeitos com o resultado, ante 70% dos que não passaram por cirurgia. Além disso, 89% dos operados relataram melhora na dor, comparados a 83% do grupo de placebo. Quase todos disseram que repetiriam o procedimento (93% dos que passaram por cirurgia, ante 96% dos que foram operados de mentira).

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