Antipsicóticos são prisões ocultas da esquizofrenia
Até muito recentemente, os doentes mentais eram trancados e recebiam uma "porretada química", mais conhecida como "sossega-leão", para mantê-los quietos.
Já não deixamos mais as pessoas apodrecendo em manicômios, mas muitas ainda estão sendo drogadas até os globos oculares.
Para serem dispensadas do hospital, as pessoas com esquizofrenia muitas vezes têm de concordar em tomar medicamentos antipsicóticos para o resto de suas vidas.
Hoje já se sabe que os antipsicóticos podem fazer pouco para ajudar na recuperação desses pacientes, mas prendem essas pessoas em um miasma mental que arruína suas chances de viver uma vida normal.
Essas drogas também podem levar ao diabetes e doenças cardíacas.
Somando-se à crueldade, as pessoas com graves problemas de saúde mental muitas vezes não recebem cuidados de saúde adequados para doenças físicas porque seus sintomas são considerados delírios.
Tais injustiças levaram a Organização Mundial de Saúde a declarar o tratamento dessas pessoas uma "emergência oculta dos direitos humanos".
Pesquisas recentes sugerem que as pessoas que conseguem se livrar dos antipsicóticos são muito mais propensas a viver uma vida produtiva.
Os manicômios podem ter ficado na história, mas enquanto a narcotização forçada continuar, muitas pessoas com esquizofrenia continuarão aprisionadas.