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25/01/2012

 

Tabagismo aumenta risco de inflamação nos olhos
Tabagismo aumenta risco de inflamação nos olhos
Já sabemos que fumar aumenta o risco de doença cardíaca coronariana, derrame e câncer de pulmão, mas agora, os oftalmologistas devem se preocupar também com um risco aumentado de uveítes.

O tabagismo está associado com uma ocorrência maior de uveítes, levando ao aumento da necessidade de uso de colírios esteróides e ao aumento da incidência de catarata e edema macular, diz um estudo de Martin Roesel, médico do Departamento de Oftalmologia do Hospital St. Franziskus, em Muenster, na Alemanha.

Os resultados deste estudo destacam a necessidade de encorajar os pacientes com uveíte a parar de fumar ou pelo menos reduzir a quantidade de cigarros fumados por dia.

Embora não esteja claro se o fumo está envolvido na patogênese da uveíte, o tabagismo parece de alguma forma desempenhar um papel relevante na maior atividade da doença, observou Martin Roesel. Seu trabalho foi publicado na versão on line da Graefe′s Archive for Clinical and Experimental Ophthalmology.

Tabagismo x uveítes

O tabagismo impacta negativamente as doenças auto-imunes. No grupo das doenças auto-imunes, o tabagismo está associado com um risco aumentado de doença de Crohn, maior gravidade da fibromialgia e maior risco de manifestações extra-intestinais em reto-colite ulcerativa. Os estudos também têm associado o tabagismo ao agravamento dos quadros de artrite reumatóide.

Mas qual o impacto do tabagismo sobre as uveítes? Roesel e sua equipe analisaram os dados de 350 pacientes com uveíte não infecciosa, dos quais 155 pacientes (32,9%) eram fumantes. E eles descobriram que a doença se desenvolvia, primeiro, nos fumantes. Além disto, os pesquisadores notaram que a doença era mais ativa nos fumantes, ou seja, eles têm uveítes com mais freqUência.

O número de cigarros fumados por dia também aumenta o risco da atividade inflamatória da uveíte. Conseqüentemente, os fumantes necessitam mais de colírios corticóides do que os não fumantes. E quanto mais maços fumados durante cada ano, mais forte é a presença de edemas maculares.

Uveítes não são apenas olhos vermelhos

"Olhos vermelhos são sintomas comuns nas uveítes e nos quadros de conjuntivite. Daí, a importância de estabelecer um diagnóstico preciso. A uveíte é uma inflamação que se manifesta em toda a úvea ou em uma de suas partes", afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO,Instituto de Moléstias Oculares.

Do ponto de vista anatômico, a úvea é dividida em duas porções: a anterior, que engloba a íris e o corpo ciliar, e a posterior, constituída pela coróide que está intimamente ligada à retina. "Por isso, os processos inflamatórios que atingem a coróide ou a retina se misturam. Muitas alterações que comprometem inicialmente a coróide passam a comprometer a retina e vice-versa", diz Roberta Velletri, oftalmologista que também integra o corpo clínico do IMO.

Conforme o local em que a inflamação se manifesta, a uveíte pode ser anterior, posterior ou intermediária e os sintomas variam muito de acordo com o local comprometido. Quando o comprometimento é só do segmento anterior, ou seja, da íris ou do corpo ciliar, os sinais da doença são diferentes daqueles em que há comprometimento da coróide, isto é, do segmento posterior.

Na uveíte anterior aguda, os principais sintomas são hiperemia, fotofobia e, às vezes, dor. Na uveíte posterior, com comprometimento da coróide, mesmo a aparência do olho sendo normal, o paciente pode apresentar alterações da visão.

"Além da hiperemia, a queixa oftalmológica que os pacientes mais apresentam é a alteração da visão. Os pacientes se queixam da presença de uma mancha escura ou de turvação visual. Isso acontece, sobretudo, quando existe comprometimento da coróide e da retina, porque muitas células passam para o humor vítreo, que perde a transparência e a nuvem que se forma na frente da retina perturba a nitidez da visão", explica Roberta Velletri.

Diagnosticando o problema

Quando se faz o diagnóstico das uveítes, estabelecer a distinção entre uveíte anterior e posterior é fundamental para determinar as prováveis causas. O olho funciona praticamente como um gânglio e muitas manifestações que apresenta decorrem de doenças sistêmicas.

Como a úvea é constituída por tecido muito semelhante ao das articulações, existe relação entre as doenças articulares – reumatológicas e auto-imunes –e as doenças da úvea. Já foi estabelecido também um estudo epidemiológico de prevalência que indica ser importante caracterizar o grupo etário a que pertence o paciente: jovem (de zero a vinte anos), adulto-jovem (de vinte a quarenta anos) e idoso (acima de quarenta anos).

"O diagnóstico diferencial também é importante porque existe a síndrome mascarada, com características que simulam a uveíte, mas que são manifestações de doenças sistêmicas como metástases, leucemia ou de alguns linfomas", afirma a oftalmologista Sandra Alice Falvo, que também integra o corpo clínico do IMO. O corpo estranho intraocular também pode manifestar-se como uveíte e deve ser considerado durante o diagnóstico.

A causa mais freqüente de uveíte posterior é a toxoplasmose, inclusive a toxoplasmose congênita. No Brasil, há uma incidência alta de toxoplasmose adquirida, que é contraída pelo indivíduo quando ele entra em contato com o parasita causador da doença. Erechim, no sul do Brasil, é responsável por uma das mais altas taxas de toxoplasmose ocular do mundo, que é 18%, enquanto a taxa americana é de apenas 2%.

A contaminação geralmente ocorre com o contato das mucosas com fezes de cães e gatos contaminados com o parasita, bem como com o contato com terra contaminada, frutas e legumes mal lavados. "Assim, todos estamos expostos ao risco de contrair toxoplasmose. O diagnóstico da toxoplasmose ocular tem que ser feito logo, pois quanto mais tempo o indivíduo passa sem tratamento, maiores são as sequelas. A toxoplasmose congênita, dependendo da fase da gestação em que for adquirida pode levar além da má formação fetal à cegueira, por isso é tão importante que as gestantes evitem a exposição a alimentos com chance de estarem contaminados, durante a gestação", alerta Roberta Velletri.

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