Alergias da primavera: como amenizar?
A primavera é mesmo uma delícia. Flores coloridas e perfumadas para todo lado. No entanto, ela pode causar muitos transtornos de saúde para quem é alérgico. A floração, o clima seco e as oscilações de temperatura da primavera contribuem para o aparecimento ou agravamento das crises. “A primavera costuma estar associada a sintomas respiratórios resultantes de alergias nas regiões em que as estações são bem-marcadas, e isso se deve à polinização”, explica a doutora Izilda Bacil, alergista do Hospital Balbino, no Rio de Janeiro.
A resposta alérgica ocorre quando um indivíduo sensível entra em contato com uma substância desencadeante (alérgeno) e seu organismo produz uma reação exagerada (hipersensibilidade), resultando em uma crise. As manifestações mais comuns são a asma brônquica, a rinite alérgica, as alergias cutâneas e a conjuntivite alérgica. “A alergia é uma doença hereditária”, afirma a Dra. Izilda. Uma criança filha de pais com este problema tem cerca de 60% de chance de também sofrer, embora a doença nem sempre se manifeste da mesma forma que em seus pais ou avós. Além disso, uma pessoa pode ser alérgica mesmo que seus pais não o sejam.
As mais comuns
A rinite é uma das principais doenças que se agravam na primavera. Pode ser causada por vírus, bactérias ou ser de origem alérgica. Extremamente incômoda, ela é a inflamação da mucosa nasal, e seus principais sintomas são crises de espirro, coriza (nariz gotejando), coceira no nariz, garganta ou nos olhos e obstruções nasais. Muitas vezes o sono é afetado e acumulam-se cansaço, indisposição e déficit de atenção. Izilda orienta que o tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos para aliviar os sintomas aliado ao controle ambiental, mas a única forma de se alterar o curso do processo é com o uso das vacinas.
Em conjunto com a rinite, ou como uma complicação dela, pode ocorrer a sinusite. Nesse caso, é chamada de rinossinusite alérgica, em que ocorre a inflamação ou infecção dos seios paranasais e das cavidades dos ossos da face, em conjunto com a inflamação da mucosa nasal. Os sintomas são congestão nasal, dor na face e nos dentes superiores, presença de uma secreção amarelada/esverdeada no nariz ou que desce pela garganta, e tosse. A dor de cabeça ao acordar pela manhã é típica da sinusite. “A sinusite é uma patologia relativamente comum, e a história da doença e o exame clínico já indicam sua presença. Se necessário, exames de imagem podem comprová-la, embora sozinhos não signifiquem nada”, completa a Dra. Bacil.
Precauções
Quem já sofre de alguma doença alérgica não pode descuidar da medicação e do controle ambiental, e os cuidados devem ser redobrados com a chegada da primavera. Os alérgenos conhecidos mais comuns são a poeira doméstica, ácaros, pelos de animais, baratas, fungos, pólen, além de agentes irritantes como a poluição. Sabendo disso, algumas medidas gerais podem e devem ser tomadas para evitar o surgimento ou agravamento das crises alérgicas:
A limpeza da casa, principalmente do quarto, deve ser frequente, realizada preferencialmente com aspirador de pó e pano úmido.
Retire carpetes e tapetes da casa, especialmente do quarto de quem sofre com a alergia. Ou prefira tapetes de material facilmente lavável, como o E.V.A.
Substitua as cortinas por persianas, que são facilmente limpas com um pano úmido.
Evite estofados recobertos por tecidos. Limpe a mobília da casa com pano úmido com frequência superior a uma vez por semana.
Forre colchões, travesseiros e almofadas com capas impermeáveis.
Evite objetos que acumulem poeira no quarto como bichos de pelúcia, livros, caixas e quadros.
Troque cobertores por edredons, e lave-os quinzenalmente.
Mantenha a casa sempre arejada e ensolarada. Se você mora numa região com grande concentração de pólen, feche as janelas e use o ar-condicionado, que filtra o ar, especialmente nos dias ensolarados e com fortes ventos, quando a concentração de pólen é maior. Lembrando que os filtros do ar-condicionado de casa e dos automóveis devem ser trocados periodicamente.
Dê preferência para aspiradores de pó que possuam filtro HEPA, que captam também ácaros, bactérias e fungos e evitam sua proliferação.
Evite ter animais de pelo dentro de casa, especialmente nos quartos.
Não fume dentro de casa.
Evite cheiros fortes como perfumes, tintas, solventes, produtos de limpeza, entre outros.
Não espere a crise se instalar, assim que perceber os primeiros sintomas procure orientação médica. Somente especialistas saberão o melhor caminho para que você possa novamente respirar aliviada!