Justiça australiana proíbe mãe de amamentar após tatuagem
Segundo juiz, pintura corporal pode causar danos ao bebê; ativistas discordam e criticaram determinação
Um juiz na Austrália proibiu uma mãe de amamentar seu filho de 11 meses depois que ela fez uma tatuagem.
Segundo o magistrado, a pintura corporal pode causar danos ao bebê.
O caso chegou ao tribunal pelo pai da criança, que entrou com uma ação contra a ex-mulher após se dizer preocupado com o efeito da tatuagem na saúde da criança.
A proibição foi determinada pela Corte Federal da Austrália apesar de a mãe ter testado negativo para hepatite e Aids.
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O juiz Matthew Myers afirmou que havia "ainda um risco inaceitável" para o bebê porque os testes eram inconclusivos.
A decisão chocou defensores da amamentação como a médica Karleen Gribbe, da Universidade de Western Sydney.
"As pessoas que defendem a proibição ficariam horrorizadas ao saber que há muitas mães aqui na Austrália que enquanto amamentam seus filhos fazem tatuagens - muitas delas com os nomes das próprias crianças", disse ela à emissora de TV ABC Australia.
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Ao explicar a determinação, Myers afirmou que se baseou em regras publicadas pela Associação de Amamentação Australiana (ABA, na sigla em inglês).
No entanto, Rebecca Naylor, da ABA, afirmou à ABC Australia que discorda da decisão do juiz.
"A tatuagem, desde que feita em um lugar com boa reputação e sob rígidos processos de controle, não representa riscos significativos."
"Nós encorajamos totalmente mulheres que tenham tatuagens a amamentar seus bebês pelo tempo que acham necessário."