Falta de apetite e dificuldades de aprendizado são alguns dos principais
sintomas da anemia, doença que atinge 30% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde, (OMS). Dentre as diversas causas, a por deficiência de ferro é a que mais prevalece em todo o mundo, e as estimativas apontam que 90% dos casos de anemia são por carência deste nutriente.
Em algumas fases da vida, a demanda por
alimentos ricos em ferro é primordial para a produção da hemoglobina, sendo sua principal função "o transporte de oxigênio dos pulmões para o conjunto de células", segundo Natália Pellegrino Paulino, nutricionista do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
A doença não atinge somente as pessoas que estão acima do peso, uma vez que indivíduos magros também podem desenvolvê-la. Entretanto, os que se encontram fora do peso ideal são mais suscetíveis a anemia por possuírem, em muitos casos, uma
alimentação pobre em vitaminas e minerais.
Os sintomas clínicos surgem a longo prazo e incluem fadiga e falta de disposição para o trabalho. Em
crianças, a dificuldade de aprendizagem, a anorexia, ou seja, a falta de apetite, assim como a palidez da pele e as unhas finas e achatadas são alguns dos indícios da patologia.
O diagnóstico é feito baseado em avaliações clínicas e exames laboratoriais. De acordo com a especialista, o tratamento é realizado por meio da administração de sais de ferro, preferencialmente por via oral e acompanhada de uma fonte de vitamina C. "Em médio prazo, o uso de alimentos enriquecidos com ferro e o consumo de uma dieta equilibrada serão suficientes para prevenir uma deficiência", ressalta a nutricionista.
Doença na infância e complicações na gestação
Em crianças, a anemia pode causar retardo do crescimento e perda significativa na capacidade cognitiva, comprometendo o desenvolvimento da inteligência e as funções imunológicas. Segundo Natália Pellegrino Paulino, a doença pode ocasionar complicações, principalmente em mulheres grávidas. "Na gestação, a anemia ferropriva, isto é, por deficiência de ferro, está relacionada com maior risco de mortalidade materna, parto prematuro e baixo peso da criança ao nascer". E completa: "recomenda-se um suplemento medicamentoso de ferro durante o segundo e o terceiro trimestre da gestação".
Estatísticas
Segundo dados do Ministério da Saúde, as regiões Nordeste e Sudeste concentram os maiores índices de pessoas que sofrem de anemia no Brasil. Na região Sudeste, a porcentagem de mulheres entre 15 e 49 anos anêmicas chega a 28,5% e a de meninos e meninas com até cinco anos a 22,6%. Estas taxas estão acima da média nacional: 20,9% entre as crianças e 29,4% nas mulheres pesquisadas.