Verão do Aedes′ ameaça saúde pública, alertam especialistas
O vilão da estação já tem nome e sobrenome: Aedes aegypti. O mosquito é um velho conhecido dos brasileiros, mas este é o primeiro verão em que transmitirá três doenças distintas: dengue, chikungunya e zika – enfermidades com sintomas parecidos, mas consequências diferentes.
O calor e o grande volume de chuvas previstos para os próximos meses tendem a agravar o problema.
"Calor e chuva é uma combinação nefasta porque aumenta o número de reservatórios potenciais para o mosquito", explica o epidemiologista Denizar Vianna, do departamento de Clínica Médica da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
A temperatura ideal para o mosquito é acima dos 30ºC, o que deverá ser comum neste verão. E a chuva também ajuda, uma vez que o Aedes bota ovos em água limpa e parada.
O calor acima da média na estação está relacionado ao aquecimento global, mas, sobretudo, ao El Niño – aquecimento das águas do Oceano Pacífico, que provoca elevação das temperaturas.
"O El Niño continua bastante intenso e tem provocado chuvas bem acima da média no Sul e temperaturas mais altas no Sudeste", diz o climatologista Carlos Nobre. "A taxa de produção de ovos dos mosquitos depende da temperatura (elevada). E entre as muitas variáveis que determinam a multiplicação dos mosquitos, a mais importante é o local do desenvolvimento das larvas: água limpa e estagnada."