Calvície feminina precisa ser tratada precocemente
Para a maioria das pessoas, os cabelos são alvo de muita dedicação e cuidados. Apesar de ser um problema mais comum entre os homens, a calvície também atinge muitas mulheres. Especialistas afirmam que 50% das mulheres acima dos 40 anos apresenta algum grau de calvície. Quanto antes o problema for detectado, maiores são as chances de controlar o processo.
É importante não confundir a alopecia androgênica – nome científico dado à calvície – com uma queda normal de cabelos. Anemia, estresse, alterações na tireoide, deficiência de ferro e outros problemas também podem provocar a queda dos cabelos nas mulheres. A manifestação, no entanto, é diferente, já que a calvície tem como característica o afinamento dos fios, além da rarefação.
“É fácil identificar a calvície porque a rarefação dos fios ocorre na parte superior da cabeça. Não afeta as laterais e a parte posterior. Nas mulheres, não ocorrem as chamadas entradas que aparecem nos homens”, explica o dermatologista Airton dos Santos Gon.
Segundo ele, quando a queda de cabelos é provocada por outras causas, a perda de cabelos é mais difusa e não localizada numa única região. “Na calvície, a mulher nem nota a queda, mas o rareamento provocado pelo afinamento progressivo.”
Assim como no caso masculino, a calvície feminina é genética, ou seja, uma pré-disposição herdada dos pais. A manifestação do problema, no entanto, ocorre em períodos diferentes da vida de homens e mulheres. “Ao contrário dos homens, a mulher está protegida pelos hormônios. Mesmo tendo o gene, não se manifesta tão cedo”, explica Gon.
De acordo com o especialista, normalmente, a mulher começa a apresentar a calvície quando entra na menopausa, justamente por causa das alterações na produção de hormônios. “Em maior ou menor grau, toda mulher que tem o gene da calvície vai ter perdas de cabelo na menopausa”, garante. No entanto, em alguns casos, o problema pode surgir muito antes. “Se ela tiver algum distúrbio hormonal aos 20 ou 30 anos, o problema pode se manifestar.”
O dermatologista Rogerio Kondo ressalta que, apesar de ser um problema hereditário, a calvície feminina também pode surgir em mulheres que não têm histórico na família. “Ela pode ser o primeiro caso da família”, alerta. Segundo ele, não há exames que indiquem essa pré-disposição. “Tem que esperar o problema aparecer e buscar tratamento o quanto antes.”
Avaliação médica pode indicar qual é o tratamento mais eficaz
>> Antes de iniciar qualquer tratamento, o dermatologista Airton Gon ressalta a necessidade de uma avaliação médica. “Precisa passar pelo ginecologista e o dermatologista para verificar a questão hormonal. Se tiver algum problema, como síndrome dos ovários policísticos, precisa tratar essa causa, não a queda de cabelo”, explica.
Quando se constata que a queda é realmente genética, é iniciado o tratamento com medicamentos específicos para calvície, que vão retardar o processo. O tratamento é permanente. “O cabelo não volta a nascer, mas os medicamentos fortalecem e até encorpam mais os fios, amenizando o problema”, afirma Gon. O especialista destaca ainda que o transplante de cabelo também é uma opção possível para as mulheres. “Dá bons resultados”, garante.
O dermatologista Rogerio Kondo chama a atenção para o tratamento da calvície feminina com finasterida, o medicamente mais utilizado no caso dos homens. “É aconselhável que o finasterida seja utilizado apenas por mulheres que já estão na menopausa ou não pretendem ter filhos, já que pode ter consequências na fertilidade.” Em geral, segundo ele, o tratamento feminino é feito mais com base em medicamentos tópicos, ou seja, de uso externo. (JG)