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19/05/2013

 

Bactéria que vive em intestino pode reduzir obesidade
Bactéria que vive em intestino pode reduzir obesidade
Cientistas belgas descobriram que uma bactéria que vive no intestino pode ser mais uma arma no tratamento da obesidade e da diabetes tipo 2. Os pesquisadores, da Universidade de Louvain, utilizaram uma amostra da Akkermansia muciniphila para reduzir o peso e diminuir o risco de diabetes tipo 2 em camundongos. Eles observaram que a bactéria pode alterar o forro do intestino e a forma como a comida é absorvida. A Akkermansia muciniphila responde por até 5% das bactérias que habitam o intestino humano, mas seus níveis caem quando há obesidade. Durante a experiência, os camundongos foram tratados com uma dieta rica em gordura, resultando no ganho de peso dos roedores. Posteriormente, eles receberam doses da bactéria e perderam metade do peso adquirido sem que fosse feita qualquer alteração na dieta. Os camundongos tratados com a bactéria também acusaram baixos níveis de resistência ao hormônio insulina, um sintoma clássico da diabetes tipo 2.Segundo os cientistas, a bactéria aumenta a espessura da barreira mucosa do intestino, impedindo que algumas substâncias passem para a corrente sanguínea. O micro-organismo também alterou os sinais químicos emitidos pelo aparelho digestivo, mudando as formas como a gordura é processada em várias partes do corpo. O professor Patrice Cani disse que a pesquisa indicou uma melhora no quadro da obesidade dos animais. — Não conseguimos reverter a obesidade completamente, mas observamos uma grande queda nos níveis da massa de gordura. Esta é a primeira demonstração de que há uma relação entre uma espécie específica de bactéria e a aceleração do metabolismo. Ele ainda disse ter ficado surpreso com o fato de que apenas uma espécie de bactéria, em meio a milhares que habitam o intestino, pode ter reduzido a obesidade nos camundongos. Testes em humanos Testes semelhantes agora devem ser feitos para avaliar se a bactéria pode reduzir obesidade em humanos. Pesquisas passadas já indicaram que há diferenças entre os tipos e quantidades de bactérias nos intestinos de pessoas magras e obesas. O microbiologista Colin Hill, da University College Cork, disse que os resultados da pesquisa são animadores. — Já tivemos vários estudos mostrando a relação entre bactéria e ganho de peso, mas esta é a primeira vez que uma intervenção funciona. Ele pondera que a pesquisa não deve levar as pessoas a pensar que podem comer bolos, batatas fritas e linguiças, achando que depois poderão ′comer′ a bactéria para anular o efeito das calorias. Ele espera que o estudo leve a um maior entendimento sobre como a bactéria age no intestino e auxiliar nas dietas de quem está tentando emagrecer.

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