Cientistas identificam mecanismo para regenerar células nervosas
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos EUA, identificaram uma reação em cadeia que provoca a regeneração de ramos danificados de células nervosas. A descoberta pode ajudar a melhorar os tratamentos de lesões em nervos, que causam a perda de sensibilidade ou paralisia.
Segundo divulgado, a chave para o processo de regeneração de nervos é a proteína HDAC5. No sistema nervoso periférico, quando uma célula é danificada, sua regeneração é natural.
A primeira reação ao dano é uma onda de cálcio que viaja pelo axônio, ramos de células nervosas responsáveis pelo envio de mensagens, para o corpo da célula. Além disso, a HDAC5 é liberada do núcleo da célula e ativa genes envolvidos no processo de regeneração. A proteína também viaja para o local do dano, para ajudar na criação de microtubos que servem de suporte para a célula.
Esse mecanismo foi descoberto em pesquisa de laboratório em que os cientistas cortaram axônios de células danificadas. Eles também experimentaram mudar o gene da HDAC5 para mantê-la “aprisionada” ao núcleo dos nervos periféricos. Assim os axônios não foram regenerados.
No entanto, no sistema nervoso central, composto pelo cérebro e a medula central, esse processo não ocorre. Neste sistema, a HDAC5 nunca sai do núcleo das células danificadas. Os pesquisadores acreditam que essa é uma das razões mais importantes de por que o sistema central não regenera axônios por conta própria.
Agora os pesquisadores trabalham em formas de manipular o sistema central para ajudar as células a regenerar ramos perdidos. Em culturas de células e em animais foi possível estimular a regeneração de axônios com dosagens de fármacos que facilitam a saída da HDAC5 do núcleo celular.
Valeria Cavalli, professora de neurobiologia e coautora do estudo, também trabalha em parceria com outros pesquisadores da Divisão de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva da universidade, para investigar se a proteína HDAC5 ou outros componentes da reação em cadeia podem ser usados para ajudar a restaurar a função sensorial em enxertos de nervos.