Calvície: ela também assombra as mulheres
Comumente, associa-se a calvície aos homens, mas as mulheres não conseguem escapar da disfunção, que atinge dois bilhões de pessoas em todo o mundo. Desse número, mais de 100 milhões são mulheres, segundo dados da Academia Americana de Dermatologia (AAD). Segundo a Associação Brasileira de Cirurgia de Restauração Capilar, no Brasil, aproximadamente, 25% das mulheres entre 35 e 40 anos sofrem com a queda dos cabelos, e 50% delas têm mais de 40 anos.
De acordo com Otávio Boaventura, cirurgião plástico e especialista em transplantes capilares, o número de consultas e tratamentos feitos ao público feminino aumentou mais de 30% em sua clínica, localizada em Belo Horizonte. Quando se fala em calvície, imagina-se uma pessoa completamente calva, com a cabeça sem fios. Mas, segundo o médico, no caso das mulheres, na maior parte das vezes, os fios se tornam muito ralos, é raro que elas cheguem a ficar totalmente carecas.
"A calvície é menos comum nas mulheres porque é um fenômeno provocado por hormônios presentes nos homens em grande quantidade e, nelas, em menor porção", explica o médico. A alopecia feminina pode se manifestar em três níveis, do mais leve (I) ao mais grave (III). No primeiro grau, pode-se observar uma leve rarefação na risca no centro do couro cabeludo; no segundo, grau intermediário, já conseguimos visualizar o couro cabeludo; e no terceiro, já temos a calvície instalada de fato.
Causas
Dentre as causas, existem várias disfunções que podem fazer surgir a calvície. O cirurgião explica: "a alopécia androgenética, que tem sua origem em fatores genético-hormonais, é a causa mais comum. Outros distúrbios que aparecem com certa frequência e provocam a queda dos fios são a alopecia areata, alopecia fibrosante frontal, e líquen plano pilar".
A alopecia areata geralmente provoca queda dos fios em alguns pontos localizados e específicos do couro cabeludo. Já a fibrosante frontal, faz com que os fios da parte da frente da cabeça caiam, podendo ocorrer acometimento das sobrancelhas e, em alguns casos, dos pelos dos braços e pernas. Já o líquen plano é uma doença inflamatória crônica, que, além de outros sintomas, também pode levar à queda dos cabelos.
É possível se prevenir? "Boa qualidade de vida e alimentação equilibrada podem ajudar, mas a prevenção é realmente difícil em casos influenciados pela herança genética", explica Boaventura. Ele acrescenta que há tratamentos diferentes para cada caso e recomenda que um especialista seja procurado para detectar a doença e fazer o tratamento adequado.